quinta-feira, 12 de abril de 2012

Inflação

Inflação
 
Inflação é o aumento contínuo e generalizado de preços dos bens e serviços negociados em um país, que tem como consequência a redução do poder de compra do dinheiro.
Quando há muito dinheiro em circulação, a população tem maior poder aquisitivo e consome mais. Mas o que parece positivo num primeiro momento, pode esconder um problema. Se o consumo é muito alto, pode haver escassez de produtos no mercado e, com o crescimento da procura, eles aumentam de preço. Com os preços em alta, a população perde o poder aquisitivo, ou seja, pode comprar cada vez menos. Essa é a chamada inflação, que influencia diretamente a vida diária do cidadão.
Para ter uma ideia de como é forte essa influência, é só fazer uma conta simples: em um país com inflação mensal de 10%, o trabalhador que pagava R$ 10 em cinco quilos de arroz em determinado mês pagará, pela mesma quantidade, R$ 11 no mês seguinte.
Para medir a inflação, o IBGE e outros órgãos usam índices de preços como IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IGP (Índice Geral de Preços), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Efeitos da inflação

Altas taxas de inflação provocam distorções na estrutura produtiva do país. A distribuição de renda é afetada com a redução do poder aquisitivo da população, os assalariados têm seus orçamentos reduzidos e os trabalhadores de baixa renda, sem aplicações financeiras, consomem praticamente toda a sua renda.
Elevadas taxas de inflação também encarecem os produtos nacionais, aumentam a demanda por importações e reduzem as exportações, desequilibrando a balança comercial. Para evitar uma crise econômica, o governo adota medidas para desvalorizar a moeda e frear as importações. Mas, com isso, as importações essenciais (petróleo, fertilizantes, equipamentos sem similar nacional etc.) ficam mais caras, aumentando o custo de produção dos setores que dependem desse produto. Com isso, há nova elevação de preços e um círculo vicioso que só termina com a queda real da inflação.
Com a deterioração da moeda durante um processo inflacionário intenso, os investidores não se sentem estimulados a aplicar no mercado de capitais. Nesse cenário, os investimentos em poupança e títulos sofrem retração. Por outro lado, esses recursos são normalmente aplicados em bens como terras e imóveis, que costumam se valorizar.
No Brasil, essa distorção foi minimizada nas décadas de 1980 e 1990, pelo mecanismo da correção monetária, que reajustava cadernetas de poupança, aluguéis, títulos públicos e privados através de índices que mostravam o crescimento da inflação.

Inflação histórica

O Brasil terminou o ano de 2008 com inflação de 5,9%, confirmando a tendência de estabilidade dos anos anteriores. Mas nem sempre foi assim. As décadas de 1960 e 1970 simbolizaram o início do desequilíbrio econômico no país, que apresentava índices de inflação de 40% ao ano. Na década de 1980, a média anual subiu para 330% e, entre 1990 e 1994, para 764%. Nos supermercados e comércio em geral, havia mudança diária nos preços dos produtos, que sumiam rapidamente das prateleiras, já que a população adquiriu o hábito de estocar alimentos.
Para tentar driblar a chamada “inflação galopante”, o Brasil teve sucessivos planos econômicos. Em 1986, o governo Sarney criou o Plano Cruzado, que congelou preços e salários, mas fracassou após 14 meses. Ainda no governo Sarney, houve o Plano Bresser e o Plano Verão, que também não conseguiram trazer estabilidade econômica ao país. No governo Collor, os planos Collor e Collor II trouxeram medidas polêmicas, como o confisco da poupança, que também não detiveram a alta dos preços.
Foi apenas a partir de 1994, com a criação do Plano Real, que o país deu os primeiros passos rumo à estabilidade econômica. Era o fim da correção monetária, do congelamento de preços e da inflação acima de dois dígitos.

Metas de inflação

O regime de metas para a inflação foi adotado em julho de 1999 e se tornou uma das medidas mais importantes para impedir a alta dos preços. Com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o governo estabelece metas anuais para a inflação e as divulga, cabendo ao Banco Central executar as políticas necessárias para cumprimento das metas fixadas. Para que haja transparência em todo o processo, a população é comunicada sobre as principais normas e decisões relacionadas ao cumprimento dessas metas.
A meta de inflação para 2010, segundo o Banco Central, é de 4,5% ao ano. O mesmo valor será mantido para 2011, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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