sábado, 16 de março de 2013

A mulher e sua relação com o dinheiro e consumo


     Escrever sobre a mulher e as finanças, no mês da Mulher, pede uma comemoração que identifique o reconhecimento de suas muitas lutas e conquistas e, principalmente, os diferenciais que este gênero opera no mundo e em nossa história.
     Lutas por melhores condições de vida e trabalho, lutas pelo direito ao voto e depois para concorrer a cargos públicos, pela independência e liberdade sexual, reconhecimento profissional e outras que aconteceram no passado, ocorrem na atualidade e nunca terão fim, pois este é o tom da mulher do passado, do presente e do futuro.
     Fazendo um paralelo entre todas estas lutas ou desafios e o tema finanças, é traço comum para o sucesso saber o que se quer. E isto, elas, as homenageadas, sabem muito bem. E são fartos os exemplos, nas escolhas que fazem a cada dia, seja nos papéis de mãe, profissional, dona de casa, companheira, entre outros.

     Mas quando ela nos oferece o masculino do dinheiro que“é o ‘fazer dinheiro’, criar oportunidades, trabalhar, negociar, comprar e vender, lucrar, investir.”, fica muito clara a maneira tão singular com que a mulher se relaciona com o dinheiro.Gloria Pereira, em seu livro “As Personalidades do Dinheiro” (Ed. Campus), nos informa que “o feminino do dinheiro é o receber, usufruir, compartilhar, realizar sonhos”. Isto já nos diz muito, mas sempre nos parece uma definição um tanto quanto subjetiva.
     A autora, ainda, nos diz que “o autodesenvolvimento para a riqueza, tanto material quanto espiritual, visa ao pleno exercício tanto do masculino quanto do feminino na mesma pessoa”. E isto tudo para o século XXI.
     A princípio pode parecer estranho, mas se observarmos o que vem acontecendo nos últimos tempos, verificaremos que as mulheres estão, sim, cumprindo muito bem o seu papel na construção de um mundo melhor, e plural, ao unir os conceitos do masculino e do feminino em seu jeito de lidar com dinheiro.
     E quais são essas características das mulheres que, na prática, fazem tanta diferença? As mulheres são: criteriosas, perspicazes, ponderadas, cautelosas, previdentes, positivamente ambiciosas, persistentes, perfeccionistas (buscam excelência em tudo que fazem!), responsáveis, comprometidas, determinadas, fiéis aos vínculos estabelecidos – que são duradouros, sejam em relações pessoais ou corporativas, curiosas e sinceras.
     Elas ainda são “multitarefas” e, aliado a tudo isso, gostam de segurança em seus diversos papéis, seja de mãe, filha, esposa, namorada, amiga, profissional, cidadã, entre outros.
     Quando falamos de mulheres, não podemos esquecer a influência dos hormônios em suas vidas. Em seu livro “As Leis do dinheiro para mulheres” (Ed. Campus), outra autora,Eliana Bussinger, ensina como a mulher pode se beneficiar desta influência na hora de lidar com o dinheiro.
“Cada hormônio faz com que a mulher aja de determinada maneira: a prolactina faz com que se preocupe com o outro, o cortisol faz com que lute ou fuja, a testosterona com que seja agressiva, a oxitocina com que seja mais amorosa, o estrogênio, com que seja mais controladora, a progesterona, mais delicada, e a dopamina, mais cética”, ela escreve.
     Mas, de onde elas tiraram esse repertório que, agora, faz tanta diferença em suas atuações?

     Até muito recentemente, os homens trabalhavam e proviam financeiramente a família e à mulher cabia “somente” (sim, entre aspas) cuidar do resto: administrar a casa e seus empregados ou executar os trabalhos (numa condição mais humilde), cuidar da alimentação da família, supervisionar a educação e o estudo dos filhos, dos netos e dar suporte emocional e psicológico a todos.
     O resultado é que a mulher desenvolveu competências e talentos para desempenhar diferentes papéis e atividades, simultaneamente – o que agora a diferencia num mundo que pede sensibilidade e simplicidade para fazer a diferença que os tempos atuais tanto exigem.
     Elas já são responsáveis por 66% do consumo nacional. O percentual é alto porque as mulheres não compram só para si. Elas compram para os que as rodeiam: filhos, maridos, enteados, netos, avós e amigos. Por isso, as estatísticas também revelam que elas já correspondem a 52% dos cartões de crédito em uso no país.
     Mulheres buscam para si e para os seus desde os mínimos cuidados com a saúde, até aquilo que lhes dá prazer e alegria. Elas são multimídia e dividem seu tempo entre sites, e-mail, mídias sociais, TV, rádio e web em geral.
     Nos últimos anos, saíram de casa para o mercado de trabalho e conquistaram prestígio, independência e o sustento do lar. Elas se movimentam no sentido de atender necessidades financeiras, promover progresso e garantir, muitas vezes, tranquilidade não só para si mesma, como para toda a família.
     Para todas vale o conselho de incluírem o hábito, também, de pouparem. Pesquisas mostram que 54% das mulheres poupam “nada ou muito pouco” de sua renda.
     O número é preocupante considerando que, nos últimos anos, a expectativa de vida aumentou em 30 anos e estudos revelam que as mulheres vivem seis anos mais que os homens. Ou seja, o futuro delas (e de toda a sua rede) tem que ser planejado urgentemente.
     Como consultor, não posso deixar de aconselhá-las a não consumir por impulso. E mais: mantenham orçamentos escritos; deem-se o direito de sonhar; estabeleçam suas próprias metas, deleguem decisões, preparem-se para o imprevisto; exercitem pensar primeiro em si mesmas para, que estando bem, possam contribuir com os demais. O próximo passo? Buscar informações e aprender investir.
     Por tudo alcançado no passado e no presente, desejo um futuro ainda mais promissor para todas as mulheres.
     Ah, já ia me esquecendo… O Dia Internacional do Homem também existe e é comemorado em 19 de novembro de cada ano. 

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